sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Ver mais além

Quero comer distâncias, engolir o tempo, e ver o reflexo do tempo que passou nas águas que param sob o céu sem cor. Quero estar aqui e ali, chegar lá e voltar aqui. Estar como estive, e dizer o que não disse.

E eu e tu
Perdidos e sós
Amantes distantes
Que nunca caiam
As pontes entre nós...

Eu tenho o medo
Tu tens a paz
Tens a loucura
Que a manhã
Ainda te traz...

Pedro Abrunhosa - As pontes entre nós

sábado, fevereiro 06, 2010

E recordar é...

.... uma espécie de rejuvenescimento.
Recordamos as manhãs de fins de semana em que acordávamos mesmo antes dos desenhos animados começarem, recordamos os momentos em que nao fazíamos barulho para ir de pijama para a frente da televisão, possivelmente para recuperar o tempo perdido em que alguns podiam ficar com a companhia da caixinha mágica e nós tínhamos que recolher ao som da música do vitinho.
Ainda hoje lemos o Principezinho com a saudade da simplicidade e da genuinidade dos seus sentimentos, ainda hoje nos revemos na sabedoria de tanta inocência... ainda hoje olhamos para a televisão com saudade... e ainda hoje encontramos conforto na forma como a tv nos faz sorrir e nos transmite as mais intensas emoções. Ainda hoje, é a nossa caixinha mágica, não tem a magia infelizmente suficiente de fazer saír coelhos do seu interior...mas conforta-nos tanto!

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Uma imagem...



... Quantas emoções?
Quantas sensações fotografamos, filmamos e gravamos na nossa memória, no nosso coração e levamos para o mundo dos sonhos todos os dias ao adormecer?
Se uma imagem vale mais do que mil palavras, quantas palavras deveria escrever a quem tenho quase a certeza que me lê, até nas entrelinhas dos olhares e dos músculos do cérebro?
Não é facil quantificar, não é fácil pesar, medir, calcular ou até estimar.
Nem todos os dias conseguimos sonhar, nem todos os momentos conseguimos valorizar, mas a cada inspiração que surge, temos a facilidade de sorrir sem querer, sem motivo ou sem companhia. Todos os dias temos a dificuldade de tornar todos os instantes, olhares, cumplicidades ou fragrâncias num som contínuo, e numa trajectória única.
É bom termos a percepção de haver quem gire em torno do sol, do nosso sol, mesmo fora da estação, fora do tempo, e com o tempo adverso (sempre contado entre os dedos). Nem sempre no inverno é fácil termos calor, ou no verão sentirmos calafrios. Mas há fenómenos assim... acasos que pensamos calculados ao pormenor e que por mais simples que sejam, transportam-nos com a velocidade da felicidade para as chaves do nosso coração.