E eu e tu
Perdidos e sós
Amantes distantes
Que nunca caiam
As pontes entre nós...
Eu tenho o medo
Tu tens a paz
Tens a loucura
Que a manhã
Ainda te traz...
Pedro Abrunhosa - As pontes entre nós
E eu e tu
Perdidos e sós
Amantes distantes
Que nunca caiam
As pontes entre nós...
Eu tenho o medo
Tu tens a paz
Tens a loucura
Que a manhã
Ainda te traz...
Pedro Abrunhosa - As pontes entre nós
.... uma espécie de rejuvenescimento.

Sempre tivemos no nosso horizonte o céu como limite das nossas aspirações. Sustivemos milhares de vezes a respiração no esforço de nos encontrarmos, aqui ali e em qualquer lugar.
Vínhamos depressa, com a força da inércia de um comboio... e entretanto parecíamos estar na mesma linha, com a mesma segurança de quem não muda de faixa, e todas as músicas dos CDs que ouvíamos encarrilavam nas travessuras das nossas vidas.
Espreito-te do meu céu, deixo pegadas nas nuvens como quem saltita entre os riscos de uma passadeira que era vermelha de paixão.
O tempo escorrega entre os ponteiros do relógio. E estamos rodeados de luzes, trânsito e um frenético oscilar de cores e luzes a piscar.
São feitos assim os jardins dos apaixonados, de pequenos sinais, mudos e camuflados, de paixões plantadas em terrenos férteis em sentimentos floridos.
Já alguma vez pensamos no decisivo que pode ser um segundo na nossa vida?

Varreu-se tudo, o amor, a tua cara, a tua presença, o teu sorriso e o brilho dos teus olhos. Sim... as letras escritas no meu coração enterraram-se na areia... e veio o mar do novo ano e varreu tudo. O teu nome... mas brevemente virá um outro nome para escrever, com o mesmo verbo.
A espera de alguem que já não chega, de alguém que já não vem.
Gostava de ter essa sabedoria de rasgares as ondas, brincares com as correntes e respirares a espuma que o mar traz.
Pensamos que o inverno não nos pode trazer o calor destas cores...
Não, não estamos bebâdos, nem a alucinar. Há mesmo um anjo numa curva da marginal.
Dou por mim a tentar entender o que correu mal.... desfaço-me em lágrimas por cada foto que vejo, cada nota de música que se solta no ar que respiro e tudo aparenta tranformar-se em sofrimento.... Não me entendo .... e nestes momentos tudo o que nos rodeia reduz-se à ausência de significado do fútil, por mais que tente entender, colocando em jogo todas as hipóteses, conclusões e atitudes não me consigo entender e nem mesmo sei por que estou a escrever isto.... Penso na minha vida e em todo o significado que ela tem e a conclusão trás um rasto de desolação, consigo estar rodeado de pessoas que me sufocam e consigo ter tudo o que queria excepto a unica coisa que de facto foi mais valiosa que tudo isto
Faz-me subir alto, ver colinas e luzes suspensas pela paisagem, respirar fundo, leva-me alto. Eleva-me ao vôo dos pássaros e á altura de Deus. Eleva-me... eleva-me do fundo de onde as luzes parecem pequenos pontos verdes de esperança suspensa no ar. Eleva-me, delicia-me com o outro ar que se respira no cimo, e sacia-me com a paisagem que tens para me mostrar e que eu tenho para partilhar.
Lisboa - Baixa - Bienal Luzboa - Elevador de Santa Justa.
As nossas fotos ficam assim, imoveis no tempo, amontoadas na montra da nossa memória. Encaixilhadas com o contexto de sempre, e com o preço elevado de por vezes as termos gravadas e expostas no coração.
E aqui continuo com os meus posts... a despejar quase no éter os pensamentos que não se podem partilhar com alguém que queremos.
Certas travessias parecem longas, mesmo que estejamos de pés assentes nos carris... a outra margem parece não chegar e a água transborda-nos os nervos. Tudo poderia ser tão fácil, tudo poderia ser tão programado, mas temos de contar com a incerteza que nos deixa a pairar sobre o horizonte, e a desejarmos termos voos livres como o dos pássaros.